O dilema plataformizado
Fonte: https://saladerecursos.com.br/o-ano-de-2020-e-a-educacao-no-brasil/
Encontrei as charges acima e as achei bastante interessante para falarmos sobre a plataformização da educação, mas por quê?
Na minha percepção, existem duas vertentes, que são as mais urgentes para serem analisadas quando asobre este tema. A primeira delas, é o fato de que a transposição de nossa educação às plataformas, além de gerar desigualde educacional, gera também desigualdade social, porque as famílias se tornam dependentes dessas plataformas, sem ao menos possuir um computador decente para seus estudos. Os smartphones hoje em dia, embora ocupem uma parcela importante da fatia tecnológica do nosso país de acordo um Censo do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade de Informação do ano 2018, onde é afirmado que existem mais celulares que computadores nas residências, nem sempre os smartphones suportam os trabalhos, as memórias e os softwares exigidos pelas plataformas educacionais. Desta forma me pergunto, como é que vamos exigir que os alunos realizem atividades escritas numa tela de 5", isso quando ainda têm uma essa tela para estudar, pois nem sempre é a realidade, assim não podemos deixar que isso vire uma política pública de jeito nenhum.
Por outro lado, a segunda vertente é sobre nossos dados, porque não é novidade para ninguém que nós somos observados a todo o tempo nas redes, ou seja, basta conversar sobre qualquer produto ou serviço com alguém perto de um celular, que em minutos veremos propagandas e mais propagandas sobre o que falamos, inclusive farei um teste: QUERIA VIAJAR PARA MADRID, pronto jajá verei as ofertas nas minhas redes jájá. Se é assim no dia a dia de forma aletória, imaginemos essas empresas com dados oficiais das famílias, para utilização a seu bel prazer.
Brincadeiras à parte, eu penso que é necessário que iniciemos uma onda contra essa plataformização maciça que se iniciou na educação pois desta forma poderemos perder de vez a nossa dependência, nossa privacidade e nossa dignidade frente a essas organizações.
Pois é Igor, um país que não investiu nem investe em desenvolvimento de tecnologia própria, fica refém dos grandes conglomerados tecnológicos. Incrível como o Brasil poderia ser autônomo tecnologicamente, investindo nos grupos de desenvolvedores de software livre, nas empresas públicas de desenvolvimento de TI, a exemplo do SERPRO, que efetivamente iniciaram esse processo na primeira década deste milênio, mas que depois, por falta de visão e de investimento, perderam a capacidade de produção. E agora estamos reféns de empresas estrangeiras, que sob o discurso do "gratuíto" estão colonizando, mais uma vez, o país...
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